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(Menino Lyan de Oliveira/Foto: Arquivo Pessoal) |
A tia do menino Lyan de Olivera, assassinado na noite do dia 5 de março deste ano, em Ponte Serrada, foi indiciada pela Polícia Civil por homicídio qualificado ꟷ meio cruel e pela idade da vítima. O inquérito sobre o caso foi concluído e encaminhado ao Ministério Público, informou a Polícia Civil na tarde desta terça-feira, dia 26.
De acordo com o delegado Marcelo Tescke, responsável pelas investigações, foram realizadas várias diligências para a coleta de evidências e os indícios levaram ao indiciamento da tia, que tem 32 anos de idade. Ela está presa preventivamente desde o dia 10 de março.
O delegado não deu outros detalhes a respeito das investigações, fora os repassados ainda no dia 11 de março, quando concedeu uma coletiva de imprensa. Ainda na ocasião, descartou a participação do tio do menino, esposo da mulher indiciada, no crime.
Na coletiva, o delegado citou que no primeiro depoimento da tia, que era responsável pelo menor, ela informou que estava lavando roupas e encontrou a criança agonizando na cama após ter sofrido uma queda. Porém, ela disse em outro momento que Lyan havia subido em um rack e uma televisão que ficava sobre o móvel teria caído sobre o menino.
A avó materna do garoto, que também vivia na casa, disse em depoimento que a televisão nunca esteve sobre o móvel e que ali se guardavam perfumes e outros objetos. A versão foi confirmada pela perícia no local, com a constatação de que a televisão, na verdade, ficava embaixo de uma mesa na sala. Além disso, a perícia descartou que as lesões que o menino sofreu pelo corpo foram causadas pelo aparelho eletrônico.
“Até questionado o médico que realizou o atendimento, se seria possível que aquelas lesões que a criança apresentava, seriam possíveis de uma queda, relatado pelo médico que a possibilidade disso seria se a criança tivesse caído do telhado de alguma casa”, comentou Tescke na coletiva concedida em março.
Gritos e choro
Vizinhos dos tios responsáveis por Lyan de Oliveira relatam ao Oeste Mais que seguidamente ouviam gritos e choro das crianças vindos de dentro da casa e que denúncias de maus-tratos já tinham sido feitas.
O pequeno Lyan, inclusive, foi visto com hematomas pelo corpo muito antes do crime. É o que mostra uma foto divulgada nas redes sociais, onde o menino aparece com o rosto abatido e com roxos na região do olho e bochecha.
Nicole Kruger, amiga de Simone de Oliveira, mãe de Lyan, contou que Simone se deslocou de Brusque – município em que vive e trabalha – para ver o filho e o encontrou todo engessado da cintura para baixo. A tia de Lyan alegou que ele tinha caído do carrinho.
Na casa em que Lyan vivia moravam, ao todo, dez pessoas, sendo o casal de tios, a avó materna do pequeno, e outras sete crianças, incluindo ele, a irmã gêmea e outros quatro irmãos. Outros dois menores eram filhos dos tios. As informações são do Oeste Mais.