A EEB Irmã Wienfrida recebeu, ex-professoras e ex-diretoras para relembrar e dividir vivências destes cinquenta anos de existência.
As memórias são construídas através de experiências ouvidas e vividas, e para chegar ao conhecimento de outros, elas precisam ser compartilhadas. No dia 21 de maio de 2018, reuniram-se, nas dependências da escola, ex-professoras e ex-diretoras, em uma mesa redonda, para resgatar as memórias que construíram a história da instituição.
A história da Escola Irmã Wienfrida iniciou em 16 de março de 1969. Estava localizada onde hoje situa-se o hotel Voyage. O nome “Irmã Wienfrida” foi em homenagem a uma religiosa que atuou como Madre superiora em um Colégio de freiras da mesma congregação que a dela. Este colégio esteve em funcionamento de 1949 a 1978, em terras onde hoje pertence ao município de Jaborá, Como Madre superiora, Wienfrida fez inúmeras visitas ao educandário.
A primeira diretora a ser nomeada foi Sirley Terezinha Bittencourt, atualmente atua como professora de MBA no Centro Universitário Univel de Cascavel; apoio pedagógico na Faculdade Evangélica do Paraná; professora de Didática Médica e Oratória no curso de Mestrado e Doutorado do Instituto de Pesquisas Médicas em Curitiba, entre outros, reside em Curitiba-PR, “com apenas 19 anos de idade, assumi a direção e, apesar do medo, encarei o desafio. A escola atendia de 1ª a 4ª séries somente”.
Conforme a professora aposentada, Nilse Chiamolera Marcon, por volta de 1970, foram construídas mais duas salas de aula, e criada a 5ª série, onde atualmente funciona a escola Irmã Wienfrida, para atender a demanda de alunos. “As demais séries foram sendo criadas nos anos seguintes, progressivamente”. Em 1972 foi autorizada a criação da 6ª série, em 1974, 7ª e 8ª séries. No entanto, a escola não atendia ao ensino médio. Os alunos que quisessem cursá-lo, tinham que se deslocar até Joaçaba, de ônibus, pago pelos pais. A viagem, por ser em estrada de chão, demorava cerca de duas horas. Segundo Elaine Casagrande Begnini, aluna naquela época, quando chovia o transporte atolava e, os alunos, ajudavam a empurrá-lo para poder prosseguir viagem. “Foi uma época difícil. As vezes chegávamos sujos de lama na escola”. Elaine ainda acrescenta que tinham que esperar o ônibus dos alunos que estudavam no noturno, para daí então, ir para casa. “Somente quando o transporte chegava com os alunos que cursavam a noite, nós íamos pra casa. Chegava em casa, por volta de 20:30.” Elaine conta que começou sua carreira como professora, no Irmã Wienfrida, substituindo professores. “Comecei a gostar da profissão e cursei faculdade de Estudos Sociais”. No ano de 1996, em busca de melhorias e procurando atender toda a população estudantil, a direção da escola encaminhou à Secretaria de Estado, o processo solicitando a autorização para funcionamento do curso de Ensino Médio, o qual foi autorizado no ano seguinte.
Quanto a uso de tecnologias, Iolanda Paza, que lecionou por mais de 30 anos, hoje aposentada e dona do próprio negócio, afirmou não haver nenhuma. “Usávamos o quadro de giz, cartazes, fichas e mimeógrafo. Livros, só tínhamos se comprássemos. Por volta da década de 80 que começaram a chegar os primeiros livros didáticos, mas não para todas as disciplinas”. Iolanda acrescenta que o relacionamento entre professores e alunos era de muito respeito e que os professores eram como uma família.
A merenda escolar, certamente, era muito diferente que a de hoje em dia. Não no que diz respeito ao sabor, mas quanto a diversidade de alimentos, quanto processo de preparo e quanto ao
fornecedor. Iolanda explica: “Não havia nutricionista para elaborar o cardápio. As merendeiras que o faziam, conforme os suprimentos que o estado mandava, pois não era terceirizada”. E ela acrescenta “Tínhamos um equipamento que chamávamos de vaca mecânica. Ele misturava o leite em pó e a água transformando-os em leite para o lanche de nossos alunos”.
A última ex-diretora a falar foi Vânia Aparecida Bucco. “Assumi a direção em 2003. Naquela época a escola já possuía mais de 1.000 alunos e a estrutura física necessitava de uma reforma urgente”. Foi nesse período que a escola passou por uma reforma total, pois alguns setores chegavam a oferecer risco a comunidade escolar. A quadra foi coberta, pois até então os alunos não tinham o atual ginásio coberto para as práticas de Educação Física.
O excelente trabalho realizado por essas grandes professoras certamente, está na memória dos que viveram aquela época. Agora, o trabalho fica nas mãos das novas gerações de alunos e professores.
E os ex-alunos, o que têm para relembrar dos velhos tempos de escola?
Na próxima edição contaremos!
Autores: Giovanna A. F. dos Santos, Gustavo A. dos Santos, João Victor T. F Parizotto, Patrícia A. Riva, Ronaldo de O. Junior, Sthefany P. Cardozo, Shuelen da S. dos Santos, Talia M. Medeiros.
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