A carne bovina catarinense está indo para China e reduzindo os estoques no Estado, o que faz o impacto terminar no bolso do consumidor na hora de comprar carne no açougue. O aumento tem sido notado em todo o Brasil e ganhou mais força nas últimas semanas, com altas históricas no preço da carne bovina em alguns Estados. Em Santa Catarina, conforme o levantamento de uma rede de supermercados, o quilo da carne vermelha está, em média, 40% mais caro do que novembro do ano passado. Somente de outubro para novembro o salto foi de 30%.
Na prática, isso representa que um quilo de acém que no mês passado era vendido por R$ 14,98, agora está custando quase R$ 18 (mesmo com o comércio reduzindo a margem de lucro). Um aumento que já tem feito a busca por outras proteínas — como a suína e a de frango — crescer no mercado e, com a demanda maior, também registrarem um acréscimo no preço de venda.
carne que antes era vendida para o mercado interno de Santa Catarina agora está indo para a China. O país asiático convive há meses com uma epidemia de peste suína que forçou aos chineses a substituição da carne de porco pela bovina — que é importada de países como o Brasil.
— A situação tem sido muito discutida e o próprio governo brasileiro já falou até em importar carne para equilibrar o mercado. Os chineses estão substituindo a carne de porco pela bovina, o governo chinês prometeu ao povo de lá que não vai faltar carne até fevereiro, quando eles comemoram o ano novo. Eu estive na China alguns meses atrás e vi isso. Com isso habilitaram outros frigoríficos, o que antes era restrito, e a produção local está indo para exportação — explica o presidente da Associação Catarinense de Supermercados, Paulo Cesar Lopes.
Paulo explica que a princípio o impacto é somente no preço, sem risco de falta de carne bovina no mercado catarinense — mesmo com a demanda maior no fim do ano. Ainda não há expectativa de queda nos preços da carne em curto prazo.
Bom para quem exporta
Se para o consumidor a situação fez a conta do supermercado ficar mais cara, os frigoríficos comemoram as exportações em dólar. Gerente executivo do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Jorge de Lima explica que os mesmos frigoríficos que atendem o mercado interno do Estado também são os que vendem para o exterior, e com a alta na demanda chinesa priorizaram as exportações.
— É a lei da oferta e da procura, há essa demanda maior por proteína na China. Não afetou tanto as aves e suínos em SC pois as plantas que atendem o mercado exterior não são as mesmas do mercado interno — afirma.
Fonte: DC
Foto: Diorgenes Pandini
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